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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Andando como Jesus andou.


Texto: I João 1.5-7.                       

Tese: De que forma deve-se andar como Cristo andou?                       

Introdução:
            Existe um ditado antigo que diz: diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és; Porém há outro melhor que diz: diga-me como tu andas e eu te direi se Jesus é o Senhor da sua vida.
Cristo é o maior paradigma da Igreja. A verdade é confirmada pelo apostolo João quando afirma que devemos andar como ele andou. Em pensamento similar, o apóstolo Pedro afirma que Cristo nos deixou um grande exemplo, e conclui dizendo que devemos seguir as suas pisadas (1 Pe 2.21). O apostolo Paulo por sua vez, declara que devemos ser imitadores de Cristo (1 Co 11.1). Jesus, inquestionavelmente é o nosso maior modelo. Viveu nesta terra e não pecou. A igreja tem o MINISTÉRIO de dar continuidade a sua missão.
            Como liderados devemos seguir o exemplo de nosso líder que é Cristo. Mas, de que forma devemos andar como Cristo andou? Nesta mensagem apresentarei alguns princípios deste andar de Cristo que deve caracterizar a Igreja hodierna.  Como Cristo andou?

I - Cristo andou em obediência

1. Cristo andou de forma digna (2 Cor 5.21; 1 Pd 1.21,21, 23) - Cristo deixou-nos um exemplo de vida santa e digna. Postou-se corretamente diante de todas as circunstâncias. Foi tentado, mas não cedeu a tentação. Foi injuriado, mas não revidou com injúrias. Dignidade era a sua marca. Cristo viveu desta forma porque vivia em obediência. Estava cônscio da importância de sua missão. Nunca semeou contendas, pelo contrário, apregoava o amor e a união. Não deixou de pagar o imposto a César. Cumpriu com o seu dever de cidadão! A vida de Cristo é contada em quatro evangelhos e nenhum deles menciona  falcatruas por parte do Messias. Vivia de forma digna, íntegra e honesta. A dignidade de Cristo o credencia a chegar ao patamar de maior líder que já existiu ao longo dos séculos.

2. Foi obediente em todas as circunstâncias (Fp 2.8) - Cristo jamais se insubordinou as autoridades. Sendo Deus, compareceu a várias audiências onde homens pecadores o julgavam, mesmo assim obedeceu as autoridades civis de sua época. Um Deus obediente? Obedecia a quem? Obedecia ao seu próprio caráter que é essencialmente bom. Obedeceu a sua missão. Rebeldia e revolta não fazia parte do cabedal de atitudes de Cristo. Quando o procuraram para liderar uma revolta contra os romanos, Cristo não transpareceu desejo de aceitar a proposta. Permanecia obediente a Si mesmo, a Deus e a sua missão. Podemos apregoar a máxima que Cristo foi obediente até a morte.

3. Guardou a Palavra de Deus (Mc 2.2) - Cristo estudou e guardou o Velho Testamento em seu coração e mente. Citava-o em seus discursos. Ensinou a palavra ao povo no templo, nas sinagogas, nas casas, nas ruas, nas estradas e nas praias. Fez das ruas a sua sala de aula, dos montes a sua plataforma, dos barcos a sua tribuna e ensinava com maestria invulgar a Palavra de Deus que guardara em seu coração. Venceu o inimigo no deserto através da Palavra. Seu coração estava transbordando com a Palavra de Deus. Conhecia as profecias bíblicas e sabia discernir quando as mesmas estavam se cumprindo em seu ministério. Além de um exímio orador, Cristo também era exegeta. Fazia de forma incomparável a hermenêutica dos textos Sagrados. Amava a Palavra. Em muitos dos seus discursos salientou a importância da mesma na vida daqueles que aspiram em cumprir os propósitos de Deus. (João 5.39, Mateus 22.29).

II - Cristo andou em humildade

1. Foi humilhado e não abriu a sua boca (Is 53.7) - Cristo recebeu o maior peso de humilhação que um homem poderia receber. Foi humilhado publicamente pelos seus compatriotas, esbofetearam a sua face e cuspiram-lhe no seu rosto. Não revidou. Não abriu a sua boca. Permaneceu sereno diante da tempestade da humilhação.

2. Sendo Deus não usou indevidamente o seu poder (Mt 4.1 - 11) - Não usou o seu poder para benefício próprio e sim para benefício do próximo. Duvidaram do seu caráter e as pessoas colocaram em xeque a sua identidade messiânica. No episódio da crucificação, não desceu da cruz para provar que era Deus, no episódio da tentação não cedeu aos caprichos questionativos de Satanás. Nunca precisou provar nada para ninguém. Os questionamentos dos outros não suscitava o seu orgulho, permanecia humilde diante da chuva de críticas pejorativas.

3. Não permitiu que o orgulho entrasse em seu coração (Mt11. 29) - Jesus humilhou-se a si mesmo. A humildade foi uma característica indelével de Jesus. Estava intrínseca em sua personalidade e manifestava através de suas ações. Quando operava um milagre o povo manifestava o desejo de aplaudi-lo e honrá-lo, Jesus fugia dos aplausos do povo. Retirava-se. Preferia o deserto à honra pública. Optava pelo anonimato do que pela celebrização do seu ministério profícuo. A fama, a aceitação pública, o poder de exercer liderança sobre grande multidão não mexia com o seu orgulho, não corrompia a sua personalidade. Andou com os pobres, sentou-se a mesa com os rejeitados pela sociedade. Viveu em humildade e teve embasamento para dizer com muita propriedade: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.   

III - Cristo andou em amor

1. Sentia compaixão pelo povo (Mt 14.14) - Cristo não viveu encaramujado no seu “eu”, não viveu enclausurado na satisfação de si mesmo. Estava atento a necessidade do próximo. O clamor do povo tocava a sua sensibilidade e fazia tremer o seu coração. Não tratava o próximo com indiferença. Era empático. Dava atenção aos excluídos pela sociedade. No episódio da multiplicação quando viu que o povo estava com fome, não os despediu de barriga vazia, providenciou alimento para a multidão. Chorou quando viu a angústia do povo de Betânia pela morte de Lázaro. Chorou com os que choram! Consternou-se diante dos problemas do povo. Sentia compaixão. A compaixão é uma autêntica expressão de amor.

2. Seu amor era prático (Mt 4.23,24) - O amor de Cristo não estava preso somente aos seus belos discursos. Não era apenas teórico. O amor de Cristo transbordava através de suas atitudes. Cristo é a personificação do amor genuíno que emana da parte de Deus. Os mais belos sermões de Cristo não foram pregados verbalmente, foram proclamados através de atitudes. Curou enfermos, alimentou os necessitados, incluiu os excluídos e deu atenção aos que não era notados. Um exemplo clássico de um sermão ministrado por Cristo através de atitudes é o episódio da mulher adúltera. Em meio às acusações que sentenciavam aquela mulher ao apedrejamento, Jesus permanecia sereno escrevendo na areia. Não ouviu a voz da multidão que como uma correnteza tentava levá-lo a concordância. Ouviu o brado do amor que se manifestava através do perdão. Que belo sermão o ato de escrever na areia. Em vez de se juntar aos acusadores daquela mulher, advogou a sua causa e conquistou o veredicto do perdão. Seu amor era teórico e prático.

Ilustração:
            Certa vez, um jovem rico se aproximou de Jesus com a seguinte interrogação: “O que eu devo fazer para ser salvo”?
            Jesus Cristo disse que deveria guardar os mandamentos. Com orgulho disse que desde a sua tenra juventude já sabia todos os mandamentos. Havia decorado todos. Na prova de amor teórico tiraria dez. Mas, para a surpresa daquele jovem Jesus apontou-lhe um outro caminho para conquistar o que desejava. Jesus disse-lhe: “Vai e vende tudo o que tens e dá aos pobres, depois vem e segue-me”. Em outras palavras Jesus queria dizer: “Agora chegou à hora de você aplicar este amor na prática”. O jovem abaixou a cabeça e saiu frustrado. Seu amor era teórico e não prático.

3. Morreu na cruz do calvário por amor (Jo 15.13; Rm 5.8) - A maior prova do amor de Cristo foi demonstrada na cruz do calvário onde Cristo se entregou no afã de redimir a humanidade dos seus pecados. A sua morte na cruz foi a expressão máxima de amor demonstrado nesta terra. Foi factual! Selou o seu amor com sangue! Com dor! O seu amor venceu as zombarias, as humilhações, os escárnios, as afrontas, os algozes, venceu as chicotadas, as torturas. Venceu o peso da cruz, a dor dos pregos! Venceu a massacrante coroa de espinho que apertava a sua cabeça. Venceu a traição de Judas e o abandono de Pedro no momento mais crucial da sua vida. Venceu os pecados de toda a humanidade. Venceu o túmulo, a morte, as leis do ciclo da vida. Venceu o inferno e todas as hostes espirituais malignas monitoradas por Satanás. Amor guerreiro! Amor de “tal maneira”! Amor forte! Amor incomparável! Amor infinito! Amor sublime! Esse “amor” que falta palavras para o qualificá-lo é o amor do meu Jesus.
Aplicação:
            Obediência, humildade e amor são princípios que devem fazer parte do nosso cabedal de atitudes. Como é difícil cultivar estes princípios no mundo moderno. Temos dificuldade em obedecer. Temos dificuldades em lhe dar como os nossos superiores. A verdade é que ninguém gosta de receber ordens. Ninguém gosta de estar subordinado a alguém. Mas, como seguidores de Cristo devemos andar em obediência, seguir as leis, obedecer aos nossos líderes, aos nossos pastores e principalmente devemos obedecer a Palavra de Deus. Deus se agrada da obediência. Prefere a prática da obediência do que a prática de sacrifícios. Na verdade, o sacrifício sem a obediência para nada serve.
            A humildade deve ser uma marca da Igreja. Vivemos em um mundo onde a lei do mais forte vigora. As pessoas se exaltam no objetivo de crescerem. É a cadeia alimentar social. Neste sistema, a humildade é excluída. Ser humilde é tolice, é demonstrar fraqueza. O orgulho campeia no coração das pessoas. Mas, Cristo nos deixou uma mensagem diferente da pregada na atualidade. O caminho correto não é exaltar-se, pelo contrário, é humilhar-se. Através da humildade conquistamos lauréis. Vencemos adversidades não de forma vergonhosa, mas sim de forma honrosa. A humildade vence a discórdia, sepulta as inimizades, derrota o orgulho e triunfa sobre as desavenças. A torre da humildade deve estar presente no arraial cristão.
            O amor é outro princípio que extraímos do andar de Cristo pela face da terra. Deus não apenas falou sobre a importância do amor estando no céu, mas desceu a terra para provar e atestar a veracidade do seu amor pela humanidade. O verbo se fez carne! O amor é a virtude na qual gravitam todos os mandamentos bíblicos. Devemos praticar o mandamento do amor. O nosso amor não deve ser apenas teórico, mas também prático. Amar é preocupar-se com o próximo, é alimentar os que têm fome, é dar atenção aos excluídos. O amor não é uma condecoração que você põe no peito e diz: “Eu tenho amor”. O amor é vivência. Deve manifestar-se através de nossas atitudes. Quem ama não magoa, não entristece o próximo. Se a Igreja praticasse verdadeiramente o mandamento do amor metade de seus problemas internos estariam resolvidos. Cristo nos apresentou o caminho. Deixou as pegadas. Exemplificou a forma correta de andar. Agora é nosso dever andar como Cristo andou!

Conclusão:


Neste sermão aprendemos sobre a importância de andarmos como Cristo andou. Vemos que Jesus nos deixou um exemplo de andar em obediência, dignidade era a sua marca, foi obediente em todas as circunstâncias porque guardava a Palavra de Deus em seu coração. Vemos também que Cristo nos deixou o maior exemplo de humildade, foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Não usou indevidamente o seu poder. Sendo Deus permaneceu humilde diante das afrontas e críticas que foram lançadas sobre ele. E, por fim, vemos a andar de Cristo em amor. Ele sentia compaixão pelo povo, seu amor era prático e morreu na cruz do calvário como atestado deste incomensurável amor. Aprendemos que devemos andar como Cristo andou. Amem.

                                        Pr. Luiz Fernando Massunaga

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