Texto: I João 1.5-7.
Tese: De que forma deve-se andar como
Cristo andou?
Introdução:
Existe
um ditado antigo que diz: diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és;
Porém há outro melhor que diz: diga-me como tu andas e eu te direi se Jesus é o
Senhor da sua vida.
Cristo é o maior paradigma
da Igreja. A verdade é confirmada pelo apostolo João quando afirma que devemos
andar como ele andou. Em pensamento similar, o apóstolo Pedro afirma que Cristo
nos deixou um grande exemplo, e conclui dizendo que devemos seguir as suas
pisadas (1 Pe 2.21). O apostolo Paulo por sua vez, declara que devemos ser
imitadores de Cristo (1 Co 11.1). Jesus, inquestionavelmente é o nosso maior
modelo. Viveu nesta terra e não pecou. A igreja tem o MINISTÉRIO de dar
continuidade a sua missão.
Como
liderados devemos seguir o exemplo de nosso líder que é Cristo. Mas, de que
forma devemos andar como Cristo andou? Nesta mensagem apresentarei alguns
princípios deste andar de Cristo que deve caracterizar a Igreja hodierna. Como Cristo andou?
I
- Cristo andou em obediência
1.
Cristo andou de forma digna (2 Cor 5.21; 1 Pd 1.21,21, 23) - Cristo deixou-nos um exemplo de
vida santa e digna. Postou-se corretamente diante de todas as circunstâncias.
Foi tentado, mas não cedeu a tentação. Foi injuriado, mas não revidou com
injúrias. Dignidade era a sua marca. Cristo viveu desta forma porque vivia em obediência. Estava
cônscio da importância de sua missão. Nunca semeou contendas, pelo contrário,
apregoava o amor e a união. Não deixou de pagar o imposto a César. Cumpriu com
o seu dever de cidadão! A vida de Cristo é contada em quatro evangelhos e
nenhum deles menciona falcatruas por
parte do Messias. Vivia de forma digna, íntegra e honesta. A dignidade de Cristo
o credencia a chegar ao patamar de maior líder que já existiu ao longo dos
séculos.
2.
Foi obediente em todas as circunstâncias (Fp 2.8) - Cristo jamais se insubordinou as
autoridades. Sendo Deus, compareceu a várias audiências onde homens pecadores o
julgavam, mesmo assim obedeceu as autoridades civis de sua época. Um Deus
obediente? Obedecia a quem? Obedecia ao seu próprio caráter que é
essencialmente bom. Obedeceu a sua missão. Rebeldia e revolta não fazia parte
do cabedal de atitudes de Cristo. Quando o procuraram para liderar uma revolta
contra os romanos, Cristo não transpareceu desejo de aceitar a proposta.
Permanecia obediente a Si mesmo, a Deus e a sua missão. Podemos apregoar a
máxima que Cristo foi obediente até a morte.
3.
Guardou a Palavra de Deus (Mc 2.2)
- Cristo estudou e guardou o Velho Testamento em seu coração e mente. Citava-o
em seus discursos. Ensinou a palavra ao povo no templo, nas sinagogas, nas
casas, nas ruas, nas estradas e nas praias. Fez das ruas a sua sala de aula,
dos montes a sua plataforma, dos barcos a sua tribuna e ensinava com maestria
invulgar a Palavra de Deus que guardara em seu coração. Venceu o inimigo no
deserto através da Palavra. Seu coração estava transbordando com a Palavra de
Deus. Conhecia as profecias bíblicas e sabia discernir quando as mesmas estavam
se cumprindo em seu ministério. Além de um exímio orador, Cristo também era
exegeta. Fazia de forma incomparável a hermenêutica dos textos Sagrados. Amava
a Palavra. Em muitos dos seus discursos salientou a importância da mesma na
vida daqueles que aspiram em cumprir os propósitos de Deus. (João 5.39, Mateus
22.29).
II
- Cristo andou em humildade
1.
Foi humilhado e não abriu a sua boca (Is 53.7) - Cristo recebeu o maior peso de
humilhação que um homem poderia receber. Foi humilhado publicamente pelos seus
compatriotas, esbofetearam a sua face e cuspiram-lhe no seu rosto. Não revidou.
Não abriu a sua boca. Permaneceu sereno diante da tempestade da humilhação.
2.
Sendo Deus não usou indevidamente o seu poder (Mt 4.1 - 11) - Não usou o seu poder para benefício
próprio e sim para benefício do próximo. Duvidaram do seu caráter e as pessoas
colocaram em xeque a sua identidade messiânica. No episódio da crucificação,
não desceu da cruz para provar que era Deus, no episódio da tentação não cedeu
aos caprichos questionativos de Satanás. Nunca precisou provar nada para
ninguém. Os questionamentos dos outros não suscitava o seu orgulho, permanecia
humilde diante da chuva de críticas pejorativas.
3.
Não permitiu que o orgulho entrasse em seu coração (Mt11. 29) - Jesus humilhou-se a si mesmo. A
humildade foi uma característica indelével de Jesus. Estava intrínseca em sua
personalidade e manifestava através de suas ações. Quando operava um milagre o
povo manifestava o desejo de aplaudi-lo e honrá-lo, Jesus fugia dos aplausos do
povo. Retirava-se. Preferia o deserto à honra pública. Optava pelo anonimato do
que pela celebrização do seu ministério profícuo. A fama, a aceitação pública,
o poder de exercer liderança sobre grande multidão não mexia com o seu orgulho,
não corrompia a sua personalidade. Andou com os pobres, sentou-se a mesa com os
rejeitados pela sociedade. Viveu em humildade e teve embasamento para dizer com
muita propriedade: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.
III
- Cristo andou em amor
1.
Sentia compaixão pelo povo (Mt 14.14)
- Cristo não viveu encaramujado no seu “eu”, não viveu enclausurado na
satisfação de si mesmo. Estava atento a necessidade do próximo. O clamor do
povo tocava a sua sensibilidade e fazia tremer o seu coração. Não tratava o
próximo com indiferença. Era empático. Dava atenção aos excluídos pela
sociedade. No episódio da multiplicação quando viu que o povo estava com fome,
não os despediu de barriga vazia, providenciou alimento para a multidão. Chorou
quando viu a angústia do povo de Betânia pela morte de Lázaro. Chorou com os
que choram! Consternou-se diante dos problemas do povo. Sentia compaixão. A
compaixão é uma autêntica expressão de amor.
2.
Seu amor era prático (Mt 4.23,24) -
O amor de Cristo não estava preso somente aos seus belos discursos. Não era
apenas teórico. O amor de Cristo transbordava através de suas atitudes. Cristo
é a personificação do amor genuíno que emana da parte de Deus. Os mais belos
sermões de Cristo não foram pregados verbalmente, foram proclamados através de
atitudes. Curou enfermos, alimentou os necessitados, incluiu os excluídos e deu
atenção aos que não era notados. Um exemplo clássico de um sermão ministrado
por Cristo através de atitudes é o episódio da mulher adúltera. Em meio às
acusações que sentenciavam aquela mulher ao apedrejamento, Jesus permanecia
sereno escrevendo na areia. Não ouviu a voz da multidão que como uma correnteza
tentava levá-lo a concordância. Ouviu o brado do amor que se manifestava
através do perdão. Que belo sermão o ato de escrever na areia. Em vez de se
juntar aos acusadores daquela mulher, advogou a sua causa e conquistou o
veredicto do perdão. Seu amor era teórico e prático.
Ilustração:
Certa
vez, um jovem rico se aproximou de Jesus com a seguinte interrogação: “O que eu
devo fazer para ser salvo”?
Jesus
Cristo disse que deveria guardar os mandamentos. Com orgulho disse que desde a
sua tenra juventude já sabia todos os mandamentos. Havia decorado todos. Na
prova de amor teórico tiraria dez. Mas, para a surpresa daquele jovem Jesus
apontou-lhe um outro caminho para conquistar o que desejava. Jesus disse-lhe:
“Vai e vende tudo o que tens e dá aos pobres, depois vem e segue-me”. Em outras
palavras Jesus queria dizer: “Agora chegou à hora de você aplicar este amor na
prática”. O jovem abaixou a cabeça e saiu frustrado. Seu amor era teórico e não
prático.
3.
Morreu na cruz do calvário por amor (Jo 15.13; Rm 5.8) - A maior prova do amor de Cristo foi
demonstrada na cruz do calvário onde Cristo se entregou no afã de redimir a
humanidade dos seus pecados. A sua morte na cruz foi a expressão máxima de amor
demonstrado nesta terra. Foi factual! Selou o seu amor com sangue! Com dor! O
seu amor venceu as zombarias, as humilhações, os escárnios, as afrontas, os
algozes, venceu as chicotadas, as torturas. Venceu o peso da cruz, a dor dos
pregos! Venceu a massacrante coroa de espinho que apertava a sua cabeça. Venceu
a traição de Judas e o abandono de Pedro no momento mais crucial da sua vida. Venceu
os pecados de toda a humanidade. Venceu o túmulo, a morte, as leis do ciclo da
vida. Venceu o inferno e todas as hostes espirituais malignas monitoradas por
Satanás. Amor guerreiro! Amor de “tal maneira”! Amor forte! Amor incomparável!
Amor infinito! Amor sublime! Esse “amor” que falta palavras para o qualificá-lo
é o amor do meu Jesus.
Aplicação:
Obediência,
humildade e amor são princípios que devem fazer parte do nosso cabedal de
atitudes. Como é difícil cultivar estes princípios no mundo moderno. Temos
dificuldade em
obedecer. Temos dificuldades em lhe dar como os nossos
superiores. A verdade é que ninguém gosta de receber ordens. Ninguém gosta de
estar subordinado a alguém. Mas, como seguidores de Cristo devemos andar em obediência,
seguir as leis, obedecer aos nossos líderes, aos nossos pastores e
principalmente devemos obedecer a Palavra de Deus. Deus se agrada da
obediência. Prefere a prática da obediência do que a prática de sacrifícios. Na
verdade, o sacrifício sem a obediência para nada serve.
A
humildade deve ser uma marca da Igreja. Vivemos em um mundo onde a lei do mais
forte vigora. As pessoas se exaltam no objetivo de crescerem. É a cadeia
alimentar social. Neste sistema, a humildade é excluída. Ser humilde é tolice,
é demonstrar fraqueza. O orgulho campeia no coração das pessoas. Mas, Cristo
nos deixou uma mensagem diferente da pregada na atualidade. O caminho correto
não é exaltar-se, pelo contrário, é humilhar-se. Através da humildade
conquistamos lauréis. Vencemos adversidades não de forma vergonhosa, mas sim de
forma honrosa. A humildade vence a discórdia, sepulta as inimizades, derrota o
orgulho e triunfa sobre as desavenças. A torre da humildade deve estar presente
no arraial cristão.
O
amor é outro princípio que extraímos do andar de Cristo pela face da terra.
Deus não apenas falou sobre a importância do amor estando no céu, mas desceu a
terra para provar e atestar a veracidade do seu amor pela humanidade. O verbo
se fez carne! O amor é a virtude na qual gravitam todos os mandamentos
bíblicos. Devemos praticar o mandamento do amor. O nosso amor não deve ser
apenas teórico, mas também prático. Amar é preocupar-se com o próximo, é
alimentar os que têm fome, é dar atenção aos excluídos. O amor não é uma condecoração
que você põe no peito e diz: “Eu tenho amor”. O amor é vivência. Deve
manifestar-se através de nossas atitudes. Quem ama não magoa, não entristece o
próximo. Se a Igreja praticasse verdadeiramente o mandamento do amor metade de
seus problemas internos estariam resolvidos. Cristo nos apresentou o caminho.
Deixou as pegadas. Exemplificou a forma correta de andar. Agora é nosso dever
andar como Cristo andou!
Conclusão:
Neste sermão aprendemos sobre a
importância de andarmos como Cristo andou. Vemos que Jesus nos deixou um
exemplo de andar em obediência, dignidade era a sua marca, foi obediente em
todas as circunstâncias porque guardava a Palavra de Deus em seu coração. Vemos
também que Cristo nos deixou o maior exemplo de humildade, foi humilhado, mas
não abriu a sua boca. Não usou indevidamente o seu poder. Sendo Deus permaneceu
humilde diante das afrontas e críticas que foram lançadas sobre ele. E, por
fim, vemos a andar de Cristo em
amor. Ele sentia compaixão pelo povo, seu amor era prático e
morreu na cruz do calvário como atestado deste incomensurável amor. Aprendemos
que devemos andar como Cristo andou. Amem.
Pr. Luiz Fernando Massunaga
Nenhum comentário:
Postar um comentário