FILIPENSES
4. 14-16.
I.C.T.: Paulo inicia um discurso onde expressa
o seu regozijo aos filipenses. A partir dopróprio testemunho pessoal, ele
agradece por ter sido sempre amparado por seus mantenedores daquele lugar e
ensina os irmãos sobre as marcas saudáveis de uma igreja, que estão vinculadas
a comunhão puramente transmitida dos ensinos do próprio Cristo.
TESE: Comunhão (KOINONIA) é a maior
característica de uma IGREJA saudável.
OBJ. GERAL: Pastoral.
ESPECÍFICO: O
meu desejo é que todos os ouvintes após esta mensagem aprendam a exercitar a
comunhão uns com os outros, assumindo em conjunto a grande responsabilidade de
ser A Noiva do Cordeiro, a partir do ponto de vista Bíblico/Paulino.
ESBOÇO
INTRODUÇÃO
Em primeiro
lugar,...
F. T.:... Para sermos IGREJA saudável em comunhão, é necessário...
I -... Tomar parte nas aflições dos
irmãos v.14;
Em segundo
lugar,...
F. T.:... Para sermos IGREJA saudável em comunhão, é necessário...
II -... Comunicar as nossas urgências
v.15;
Em terceiro
e último lugar,...
F. T.:... Para sermos IGREJA saudável em comunhão, é necessário...
III -... Suprir as necessidades uns
dos outros v.16.
Amados irmãos! Amadas
irmãs! Senhoras e Senhores;
Que
a Graça e a Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo esteja com todos os
presentes nesta hora!
O filósofo ateu Nietzsche foi um dos que mais
influenciou o pensamento de Adolpho Hitler. Ele costumava repreender os
cristãos dizendo: “Vocês me dão enjoo!” Por que, lhe perguntavam. Ele dizia:
“Porque vocês pregam sobre o amor, e não amam; se dizem protestantes, mas não
protestam; se julgam redimidos, mas, não parecem que são redimidos”. Esta
crítica tem acompanhado a história da igreja por séculos: os relacionamentos
cristãos exalam mau cheiro e seus conflitos fedem. Há crentes que não olham
para outros crentes, famílias que não se dão com outras. As pessoas ficam
ressentidas e magoadas quando seus pastores e líderes não aparecem na festa de
aniversário ou no quarto do hospital; não perdoam umas as outras pelas palavras
ásperas ou ríspidas e não se reconciliam por estarem repletas de orgulho. E
todas frequentam a mesma igreja!
Jesus
não disse que seus discípulos seriam conhecidos pelo amor? (João 14)
Jesus
ordena que amemos uns aos outros como Ele nos amou. Reconciliados com Deus e
uns com os outros em Cristo, a igreja recebe o ministério da reconciliação (2
Co 5). Qual seria o nível no seu amorômetro se pudéssemos medi-lo?
Coloquemo-nos
em pé, abramos nossas Bíblias no NOVO TESTAMENTO. Epístola do Apóstolo Paulo
aos Filipenses, cap. 4. 14-16. Leiamos:
14 Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15 E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho,
quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e
a receber, senão vós somente;
16 Porque também uma e
outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica.
No Novo
Testamento, a palavra grega para comunhão é koinonia, que também significa
comunidade; essa palavra aparece 19 vezes no Novo Testamento; significa
literalmente uma comunidade de homens e mulheres que crêem em Jesus Cristo como
Salvador e Senhor de suas vidas. Além de ser traduzida como comunhão e
comunidade, é traduzida como: “contribuir, compartilhar e participar”. Esta
comunidade cristã é a nova humanidade, é o desejo de Deus. Em união com o
Cristo ressurreto, ela compartilha de Sua vida e sua energia interior flui para
dentro dela. Na união com Ele, concretizada pelo arrependimento e fé, os
pecadores salvos pela graça de Deus são indissoluvelmente incorporados nesta
comunidade, unidos ao corpo de Cristo.
O seu futuro
está unido ao Dele simplesmente porque a igreja é o Seu corpo, do qual Ele é “o
cabeça” (Ef 1:22). Este corpo é único já que Cristo “destruiu a barreira, o
muro de inimizade” (Ef 2:14) – não há mais judeus ou gentios, homens ou
mulheres, escravos ou libertos. Todos em Cristo se tornaram um com Ele e com os
outros. Os membros da igreja são espiritualmente um (Ef 4:1-6). De uma maneira
bem simples, a igreja como corpo tem crentes em Cristo como seus membros. Isso
é autenticado pela presença do Espírito Santo não apenas individualmente, mas
na comunidade. A igreja dá prioridade a sua formação pelo Espírito como uma
comunidade de discipulado mútuo e discernimento comunitário. Charles Van Engen
escreve a respeito:
A nova
presença de Jesus Cristo na comunhão de amor (koinonia) dos discípulos
constitui a Igreja. Sem essa presença de Cristo, não há nenhuma Igreja. Como
podemos esquecer com tanta facilidade que é somente no âmbito do amor do
discípulo pelo Senhor e de um discípulo pelo outro que a Igreja tem alguma vida?
O que Paulo afirmou em I Coríntios 13 vem a propósito: se a Igreja é una,
santa, católica (universal) e apostólica, mas não tem amor, nada é. Servindo de
base a tudo o mais, repousa o marco supremo do povo de Deus - o amor. Se a
Igreja não for, em primeiro lugar, à comunidade de amor, a Palavra e as suas
Ordenanças são um esforço vão. Nessa “era entre as eras”, a Igreja deve mais
uma vez ouvir a voz de seu Senhor (van Engen, ano, p.).
Esta
ideia de koinonia é fundamental para a nossa compreensão da igreja. Este
ministério, para que seja efetivo, requer uma demonstração da unidade antes que
possa sequer falar de reconciliação ou participar de qualquer mediação
significativa em conflitos. Como falar em resolução de conflitos se não sabemos
lidar com nossas diferenças?
O
fracasso de muitas igrejas de alcançar igualdade entre seus membros e
integração entre as classes sociais silencia a mensagem de paz social. Cada vez
mais, as igrejas falam “da boca para fora” de sua unidade, mas se mostram como
grupos etnocêntricos e ensimesmados, na realidade.
Ajith
Fernando, um respeitado líder e estudioso asiático, em sua exposição sobre
Efésios 2:13-16 a respeito de como a cruz quebra as barreiras das diferenças e
divisões, escreveu:
O
preconceito tem sido um problema porque todos nós estamos embebidos dos
preconceitos de nosso meio, onde se afirma ser um grupo superior a outro. Vindo
de uma nação na qual a tensão étnica tem causado muito caos, posso dizer que, mesmo
com respeito aos cristãos:
“Os nossos preconceitos estão entre as
últimas coisas que o processo de santificação toca”.
Os
preconceitos podem dizer respeito à raça, classe, casta ou a outro destes
fatores terrenos que não são significativos na visão de Deus. Aqueles que
afirmam que não são preconceituosos são normalmente os mais preconceituosos. E
algumas vezes, os que afirmam ser cristãos crentes na Bíblia são os mais anti-bíblicos
com respeito a este assunto.
Como
os crentes podem estar em unidade quando há uma série de razões para a
diversidade? As igrejas, normalmente, estão divididas por causa de
personalidade, cultura, denominacionalismo, doutrinas, etc. A imagem que Paulo
tem da igreja reflete o mistério da “multiforme sabedoria de Deus”, e significa
brilhante como as cores do arco-íris e variada como as múltiplas cores de um
campo de flores (Ef 3:10). Ou seja, a unidade cristã deve ser baseada na
diversidade. De outra maneira, se fosse sem diversidade, ela se tornaria
uniformidade. A igreja tem muitas partes como um corpo, mas é um só corpo (1 Co
12). A unidade essencial dos crentes deve ser experimentada nos relacionamentos
multi-classiais, multiculturais e interdenominacionais, como testemunho da Nova
Criação em Cristo.
Não pode
existir Prosperidade onde não existe Generosidade; não pode existir
Generosidade onde não há comunhão.
O lema de Agostinho
deve ser adotado por nós hoje:
In Necessariis Unitas; In Dubiis Libertas; In
Omnibus Caritas.
Isso pode
ser traduzido como:
Nas questões essenciais, unidade; nas não essenciais,
liberdade; em todas as outras, caridade.
Unidade nas
experiências e cooperação funcional, estão baseadas em um núcleo irredutível
mínimo de crenças. Quais seriam essas doutrinas?
“a Bíblia como a Palavra de Deus, a
Trindade, a deidade de Jesus Cristo, a reconciliação, salvação e vida eterna”.
Nossa
intenção deve ser experimentar esta comunhão na igreja local e praticá-la com
todas as nossas forças nos relacionamentos pessoais.
CONCLUSÃO
A igreja é uma comunidade que tem base na comunhão. Essa
comunhão decorre de uma experiência espiritual que se tem com Deus, conhecida
como conversão. Em comunhão com Deus somos instruídos à comunhão com os irmãos.
Koinonia é a palavra grega que significa comunhão, dando o sentido também de
participação, contribuição. A palavra generosidade é inspirada por esse
vocábulo . Assim, a Igreja é um lugar onde se desenvolve a comunhão com todos
os irmãos. Lugar onde assistem as pessoas. A comunhão é a prova de que a igreja
está saudável e dentro da vontade de Deus. Amém.
Sermão ministrado na Comunidade Bíblica Adoração em Bauru-SP
Homilia de Domingo dia 18 de Agosto de 2013
Culto de Ordenação Pastoral
Pr. Luiz Fernando Massunaga